quinta-feira, 14 de maio de 2009

110, 120, 160...

Fiz minha primeira matéria esta semana. Acompanhei uma manhã de um programa de distribuição de comida para os necessitados aqui da Philadelphia. Com a recessão, cada vez mais gente vai atrás de legumes, frutas e verduras distribuídos em uma fila que dura a manhã inteira por instituições de caridade ligadas a algum food bank.

Foi legal pegar o metrô e ir até a Zona Norte da Philadelphia, onde estão os pobres, e ver aqueles EUA que ninguém vê quando tá de férias. Foi genial falar com o pessoal na fila e com os voluntários, muitos deles gente que já esteve nesta fila.

Sim, eu disse certo: peguei o metrô. No Inquirer, o repórter é responsável por dar um jeito de chegar na pauta - não tem motoristas e eles raramente trabalham em equipe repórter+fotógrafo, por falta de gente. Então a fotógrafa foi em separado, e depois foi para outra tarefa, e eu peguei o metrô. Poderia ter ido de carro, porque os repórteres pegam o carro do jornal e o dirigem. Não quis meio de medo de dirigir os PT Cruiser novinhos de cambio automático. Na volta, tive de entrevistar o pessoal dos bancos de comida, e preferi fazê-lo pessoalmente do que por telefone - sempre é melhor se tu tem tempo.

Era longe, então tomei coragem e peguei o carango da firma. Muito bom de dirigir, câmbio automático, ótimo na Interstate 95. Fui, vi e entrevistei - na volta, aproveitei para conhecer melhor o sul de Philly e não peguei a auto-estrada. Tasquei um rádio na estação de hard rock dos anos 80 e curti o fim de tarde de sol.

Pode até ser divertido, mas ter de dirigir é uma atrapalhação para o repórter. Perdi meia hora descobrindo como chegar lá, outro tanto para voltar, e podia usar esse tempo para trabalhar de verdade. Além disso, é meio ineficiente: com um motorista, tu não precisa procurar vaga para estacionar - e um estacionamento no centro aqui custa no mínimo 18 dólares. E viajar?

Comentei aqui que temos motoristas e acharam um luxo. E é, mas é um luxo que se paga.

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