quinta-feira, 23 de abril de 2009

Columbia Missourian

A primeira postagem desse blog vem com uma foto da reunião matinal de pauta do Columbia Missourian - jornal da faculdade de jornalismo da Universidade do Missouri, na cidade de Columbia.
Eles fazem reuniões diárias com toda a redação às 11h, com meia hora de duração. Todos os repórteres que estão na redação participam, e alguns editores também.
É um jornal da faculdade, mas que cobre a cidade toda. Os editores são todos professores da faculdade e os repórteres, todos estudantes. Ou seja, é um jornal em que os repórteres pagam para trabalhar. Tem estrutura comercial e tenta se pagar - há algum tempo, vem dando prejuízo, como tudo o que é de papel. Mas ainda tem orçamento garantido para circular pelo menos mais uns três anos como impresso.
Eles, porém, estão se voltando para a internet e tentando implantar uma cultura de redação focada para o online. "Web first" é a palavra que eu mais escutei dos editores-professores aqui. Mas mesmo os alunos têm certa dificuldade de pensar nos deadlines da internet: todos querem fechar a matéria para o jornal.
Vou ficar aqui por uma semana acompanhando o trabalho da gurizada. Me colocaram como dupla do Roberto Barros - 19 anos, gaúcho e gremista, estudante de jornalismo em Londres que está aqui desde janeiro em um intercâmbio. Ele está encarregado de alimentar uma iniciativa bem interessante. Com foco intenso na comunidade, o Missourian mantém uma seção online que mostra a geografia dos crimes na cidade. Basicamente, alguém (nesta semana, o Roberto) vai à central de polícia e anota todas as ocorrências dos últimos dias. Depois, alimenta um banco de dados que gera um mapa da criminalidade na cidade. Vejam aqui como fica.
A ideia geral é mostrar para a comunidade exatamente onde os crimes acontecem e que tipo de problema o teu bairro mais tem. Para o repórter, é fácil: basta andar 3 quadras até a delegacia, pegar uma pasta onde está escrito "ocorrência para uso da mídia" e copiar os relatórios, onde consta data, hora, crime e quem foi preso (se foi). Ontem, uma moça prestou queixa porque alguém jogou uma salada no pára-brisa do seu carro. Ela desconfia ser seu ex-namorado.
Até que ponto vale a pena gastar recursos na manutenção de um levantamento como esse, é opção de cada redação. Mas levanta um ponto: cidadão algum se prestaria a colocar os dados da pastinha em um mapa para ver qual rua é mais perigosa. Tarefas chatas como essa são, também, o nosso papel.

3 comentários:

  1. Eu tô lendo tudo. Foi pro Reader. Mantenha o ânimo, campeão!

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  2. cuidado, não seja muito bom nesse blog. vai saber onde ele pode ir parar...

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  3. Eu tb! Adorei todos os posts. beijo daqui.

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